Fotografar sempre foi mais do que apertar um botão para mim. A ansiedade só aparece quando algo acontece com minha câmera ou com as fotos — fora isso, a fotografia é minha companheira leal, aquela amiga que me faz enxergar o mundo de uma forma única.
Minha câmera é uma Canon 6D, já com alguns anos de estrada, mas que segue firme como extensão do meu olhar.
Com minhas lentes fixas e a grande angular, consigo registrar a natureza, as cores e até os detalhes da minha própria casa, em cada raio de sol que entra.
Sim, carregar uma DSLR com tripé e acessórios não é tarefa leve. Mas a recompensa de cada clique compensa o peso: qualidade, emoção e o prazer de fotografar.
Mesmo com as câmeras mirrorless e os celulares cada vez mais práticos, sinto que existe uma magia que só uma DSLR consegue entregar.
É a experiência de manusear, de compor e de esperar pelo instante certo. Testei outros modelos, mas até agora nenhum superou a captura da minha fiel e já “idosa” Canon 6D.
O prazer de fotografar com ela é único: está na forma, na intuição e no bem-estar que cada clique me proporciona. Cada foto acaba revelando uma beleza escondida, mesmo no meio do caos do dia a dia.
Baudelaire e a Fotografia: De Narciso a Adoradores do Sol
Minha paixão pela fotografia também me faz viajar no tempo, refletindo sobre como ela foi recebida quando surgiu. Um dos principais críticos foi Charles Baudelaire, poeta francês que não poupou palavras para expressar sua visão sobre essa nova arte.
Ele escreveu:
"Narciso a homem, para contemplar sua imagem trivial em um pedaço de metal. Uma loucura, um fanatismo extraordinário tomou conta de todos esses novos adoradores do sol.”
Essa frase sempre me faz pensar. Baudelaire enxergava a fotografia como algo “trivial”, uma cópia rasa da realidade, enquanto a pintura seria a verdadeira expressão da alma.
Ao chamar os primeiros fotógrafos de “adoradores do sol”, ele usava uma metáfora brilhante: o sol, essencial para a fotografia, virou símbolo de uma obsessão quase religiosa.
Reflexão Final: A Fotografia como Arte e Prazer
Por mais dura que tenha sido a crítica de Baudelaire, hoje sabemos que a fotografia não é somente uma cópia da realidade. Para mim, ela é arte, é expressão e também prazer.
Cada clique é uma forma de contar histórias, congelar o tempo e revelar minha própria forma de ver o mundo.
No fundo, fotografar é encontrar o belo onde ninguém mais vê. E é exatamente isso que me faz carregar minha câmera comigo, mesmo quando o peso parece maior do que eu.

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