Às vezes, escrever sobre o Natal é também revisitar aquilo que me formou. Eu passo tanto tempo falando de decoração, tendências, cores e ideias… que senti vontade de abrir um pequeno espaço no blog para algo mais meu.
Uma memória que sempre volta quando dezembro chega — e que explica, de certa forma, por que o Natal sempre foi tão importante para mim.
Talvez você também tenha um pedaço da infância que acenda luzinhas por dentro. O meu é este aqui.
O calor estava intenso no começo da tarde, mas deu uma trégua quando a chuva finalmente despencou, forte e estridente, tomando conta da casa como uma velha visita de dezembro.
O céu nublado e os sons cadenciados e quase hipnóticos da tempestade sempre me levam de volta às minhas memórias de Natal. Na minha imaginação, essa época tem cheiro de neve, de janelas embaçadas e de uma casa acolhedora, onde a luz suave parece abraçar cada canto com carinho.
E é curioso como nossa memória guarda um lugar específico para aquilo que marcou a infância. No meu caso, era o canto da sala onde ficava a árvore de Natal.
Não uma árvore extravagante, mas um pinheiro natural de porte médio, montado com uma simplicidade quase espartana, tão minimalista que hoje entendo o quanto isso contribuía para seu encanto.
Era uma árvore discreta, com poucos adornos, sem luzes piscantes, mas sempre abençoada por um perfume fresco que tomava a casa inteira.
Cada enfeite ganhava espaço para existir, sem disputa, sem excesso — apenas equilíbrio, calma e beleza.
As bolas coloridas e reluzentes, os pequenos presentes embrulhados em papel pardo com laços simples e o brilho tímido dos detalhes criavam um cenário que me fascinava.
Essa simplicidade não diminuía a magia — ao contrário, a ampliava. Era como se cada adorno tivesse mais história, mais presença, mais significado justamente por serem poucos.
Quando, raramente, aparecia um enfeite novo, era motivo de celebração.
Lembro-me da ponteira natalina com brilho quase caleidoscópico, que parecia estender um tronco nevado em direção ao teto.
Mas o enfeite que mais capturava meu coração era uma pequena bola com o rosto corado do Papai Noel.
Bastava olhar para ela para acreditar que a magia realmente existia. E ali, naquela árvore minimalista e tão querida, tudo parecia possível.
Recordo também da alegria da família, da expectativa contagiante e do ritual que meu pai criava todos os anos.
Ele pedia para deixarmos o sapatinho na janela, e eu lutava contra o sono para tentar ver Papai Noel chegar.
Nunca conseguia. Acordava e encontrava poucos presentes sob a árvore — poucos, mas suficientes.
Suficientes para alimentar meu encantamento e reforçar a canção que meu pai assobiava pela casa, jurando que Papai Noel não esquece ninguém.
Essas lembranças ainda me aquecem, mesmo em dias de chuva alta e barulhenta como este. São fragmentos de um Natal simples, espartano, minimalista e mágico, construído com amor.
Como fui feliz. E como sou grata à minha mãe e ao meu pai por terem criado essas tradições que permanecem vivas em mim.
E, como escreveu Charles Dickens em A Christmas Carol, lembrando-se de um Natal de menino:
“Pobre, mas feliz; contente com o que tinha.”
Talvez seja esse o verdadeiro espírito natalino: a simplicidade que preenche o coração.
Como fui feliz!
A temporada de Natal esta na reta final e , espero que me acompanhe durante o ano, pois o Natal Decor tem como meta levar aconchego e comemorar com você as estações do ano, festas sazonais e claro, tudo de decoração de interiores.
Excelente Natal para você e sua família, repleta de saúde, paz e prosperidade.




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