Neste outono, me vi dividi entre três amores botânicos: a Araucária, eterna em sua imponência; a Ginkgo biloba, dourada como o sol de fim de tarde; e o Álamo vermelho, uma chama viva entre as folhas. Cada uma, uma realeza natural.
Araucária — O pinheiro do Sul, memória viva
A Araucária angustifolia, símbolo do Sul do Brasil, é uma árvore que impõe respeito e ternura ao mesmo tempo. Alta, com seus galhos em espiral, parece vigiar o tempo com paciência.
É uma espécie nativa e ameaçada, essencial para o ecossistema da Mata Atlântica e da floresta com araucárias. Abriga vida, protege o solo e nutre a alma de quem a conhece desde criança.
Para mim, ela é como uma lembrança antiga — firme, serena, e sempre presente.
Ginkgo biloba — A avenca dourada que sobrevive ao tempo
A Ginkgo biloba, também conhecida como árvore-avenca, tem origem milenar. É considerada um fóssil vivo, com registros de mais de 200 milhões de anos.
No outono, suas folhas em forma de leque se transformam em um amarelo vibrante, quase mágico. É como se o tempo parasse para vê-la brilhar.
É uma árvore que fala de resistência e beleza: sobreviveu às eras, à modernidade, e ainda nos ensina a contemplar o que é simples e extraordinário.
Álamo vermelho — A poesia que dança no vento
O Álamo (Populus deltoides), com suas folhas que se tingem de vermelho no outono, parece pintado à mão. Seu porte elegante e seu movimento ao vento lembram cenas de filmes antigos.
Diferente da Araucária e da Ginkgo, o Álamo encanta pela fluidez, pelo som das folhas que sussurram e pela chama que ele acende nas paisagens frias.
É a árvore que emociona — que aquece o olhar mesmo nos dias mais cinzentos.
Outono: o cenário perfeito para o reencontro com a natureza
Quando o outono chega, essas três árvores se tornam protagonistas. Uma mantém sua nobreza verde. Outra se despede em ouro. E a terceira acende o cenário em tons de fogo.
E eu, entre elas, deixei o coração se dividir. Sussurrei para minha Araucária:
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